Toda vez que apresentamos um consumo elevado de gordura ou uma sobra de energia teremos o direcionamento deste excedente para o tecido adiposo (região que estoca gordura em nosso organismo). Na prática estaremos engordando. Nesta época do ano quando o efeito climático (frio) nos estimula a consumir mais alimento, facilmente ganhamos reforço na gordura corporal. A preocupação é: como eliminar posteriormente este excesso? Muitos acreditam que exista a pílula mágica, que na prática significa a terceirização das consequências do consumo elevado (ou errado) de alimentos. Terceirização pois o indivíduo atribui ao suplemento (ou medicamento) a responsabilidade de correção do problema. A maioria destes suplementos (ou medicamentos) que propõem auxiliar a queima da gordura, podem Ter seu efeito em dois pontos: 1) nas reservas de gordura – tecido adiposo ou, 2) nos músculos – onde a gordura é “queimada”.
O primeiro ponto é quanto a liberação de gordura das reservas. Imaginem se o nosso fogão doméstico tivesse uma forma de captar o gás não queimado e devolve-lo para o butijão. É mais ou menos assim que funciona nosso organismo, ou seja toda gordura excedente que não foi queimada retorna para o depósito. Assim não adianta tentar retirar esta gordura do reservatório que o fator limitante é a queima.
O segundo ponto é a capacidade de “queima” (oxidação muscular) da gordura. Esta queima é determinada pela adaptação do músculo ao esforço. Por exemplo, uma pessoa que faz atividade regularmente, ou seja três vezes por semana. Ela apresenta maior capacidade de “queima” de gordura que uma sedentária. Existem ainda variações de treinamento, porém não iremos discutir neste artigo. Esta capacidade é individual e seria semelhante a potência de um motor. Para exemplificar, vamos supor que você tenha mil litros de combustível e tenha que “queima-los” no menor tempo possível. A sua disposição estão três veículos: uma moto 125 cc, um carro 1.000 cc e um outro carro 4.000 cc. Como a idéia é queima no menor espaço de tempo o mais eficiente para isso é o motor mais potente ou seja o 4.000cc. No mercado existem alguns suplementos denominados “fat burner” que se propõem a elevar a “queima” de gordura com base em uma substância denominada carnitina. Esta por sua vez atua no transporte da gordura para a região onde ela é oxidada nos músculos. Novamente a polêmica, não adianta transportar mais pois a capacidade de “queima” é determinada pelo índice de treinamento dos músculos. Outro ponto importante é que o transporte de gordura para os músculos supera a capacidade de “queima”, ou seja não irá faltar gordura por isso.
Desta forma fica claro, não existe “bola” mágica como muitos gostariam, existe uma mudança de hábitos tanto nutricionais quanto em relação a atividade física.
